Rádio Pinhal da Serra

MENU
Exportações do agronegócio gaúcho atingem quase R$ 17 bilhões no segundo trimestre
Marcello Campos

Economia

Exportações do agronegócio gaúcho atingem quase R$ 17 bilhões no segundo trimestre

Desempenho tem destaques como o do segmento de carnes, com alta de 9,5%.

IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

O agronegócio do Rio Grande do Sul exportou US$ 3,1 bilhões (R$ 16,8 bilhões) no período de abril a junho, respondendo por quase 67% das vendas externas do Estado. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, houve retração de 14,3%, mas segmento relevantes apresentaram crescimento, incluindo carnes (9,5%), máquinas e implementos agrícolas (89%). É o que aponta um relatório divulgado nessa segunda-feira (8) pelo governo gaúcho.

No trimestre, o complexo soja respondeu por US$ 963,8 milhões; carnes, US$ 620,3 milhões; fumo e seus produtos, US$ 542,5 milhões; produtos florestais, US$ 279,3 milhões; e cereais, farinhas e preparações, US$ 115,6 milhões.

Os principais destinos de exportação foram a China (23,6%), União Europeia (16,5%), Estados Unidos (7,2%), Indonésia (4,2%) e Filipinas (3,8%), Juntos, concentraram 55,2% das vendas externas no período.

A China registrou a maior queda absoluta (-US$ 498,3 milhões; uma retração de 40,8%), puxada sobretudo pela soja em grão e, em menor medida, por recuos em carne suína, celulose e carne de frango. Na lista constamm, ainda, a Coreia do Sul (-US$ 72,9 milhões, ou -55,2%) e Irã (-US$ 66,8 milhõesm, ou -59,6%), sobretudo por causa da menor demanda por farelo de soja gaúcha.

Em sentido oposto, Indonésia e Filipinas tiveram as maiores altas absolutas: para a Indonésia, o avanço concentrou-se no farelo de soja; para as Filipinas, na carne suína. O estudo foi realizado por técnicos do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).

Desempenho semestral

De janeiro a junho de 2025, as exportações do agronegócio somaram US$ 6,4 bilhões (68,4% da pauta estadual), enquanto as exportações totais do RS cresceram 2,3%.

A redução do agronegócio no semestre (-US$ 131,6 milhões, ou -2%) foi explicada por quedas no complexo soja (-US$ 427,4 milhões, ou -21,9%) e em produtos florestais (-US$ 104,3 milhões, ou -14,2%).

No complexo soja, pesaram negativamente a soja em grão (-US$ 335,2 milhões, ou -29,3%) e farelo (-US$ 103,2 milhões, ou -15,2%).

Em contrapartida, cresceram carnes (US$ 141,5 milhões, ou 13%), fumo e seus produtos (US$ 73,4 milhões, ou 6,5%) e cereais, farinhas e preparações (US$ 63,7 milhões, ou 9,4%), com destaques para carnes suína e bovina, fumo não manufaturado e milho.

Os principais destinos no semestre foram China (21,6%), União Europeia (13,2%), Estados Unidos (6,7%), Vietnã (5,7%), Indonésia (4,6%) e Arábia Saudita (3,1%), que juntos responderam por 55,0% do total.

“Tarifaço” de Trump

No primeiro semestre, as vendas do agronegócio gaúcho aos Estados Unidos somaram US$ 426,6 milhões (8,8% ante 2024), maior valor nominal da série para o período, equivalendo a 6,7% do total exportado pelo Rio Grande do Sul do setor.

Os principais grupos foram produtos florestais, fumo e seus produtos, carnes, couros e peleteria, máquinas e implementos agrícolas e gorduras/óleos de origem animal.

Entre abril e agosto de 2025, os Estados Unidos impuseram uma tarifa global mínima de 10% e uma sobretaxa adicional de 40% para o Brasil. Ou seja, uma alíquota efetiva de 50% quando não há exceção, conforme determinado pelo presidente Donald Trump.

De 379 itens em exceção, 26 são do agronegócio. A celulose é o único conjunto de produtos do agronegócio gaúcho totalmente isento da sobretaxa – todos os itens dessa categoria estão livres da sobretaxa. Além disso, trata-se de um segmento relevante na pauta exportadora do Estado.

Desta forma, 100% da celulose enviada aos EUA está isenta, montante que representa 13,3% da celulose exportada pelo RS e cerca de 1% do valor total exportado pelo agronegócio para todos os destinos. Assim, pode-se afirmar que cerca de 1% do valor exportado pelo agronegócio gaúcho não foi afetado pela sobretaxa, enquanto aproximadamente 5,7% estão sujeitos ao adicional de 40% estabelecido em agosto.

Sob outra perspectiva, em torno de 85,5% do total destinado aos Estados Unidos está submetido à incidência dessa sobretaxa. Dentre os itens não isentos se destacam fumo não manufaturado (US$ 118,3 milhões), madeiras e manufaturas (US$ 63,5 milhões), carne bovina (US$ 51,7 milhões), couros e peles (US$ 17,1 milhões) e sebo bovino (US$ 16,5 milhões) — juntos, 4,2% do total exportado pelo agronegócio gaúcho e 62,6% do enviado aos Estados Unidos no primeiro semestre de 2025.

O avanço no semestre para o mercado norte-americano foi praticamente explicado pela carne bovina (US$ 33,1 milhões), além de altas em madeiras e manufaturas (US$ 8,9 milhões), outros produtos de origem animal (US$ 5,4 milhões) e demais gorduras e óleos de origem animal (US$ 3,48 milhões).

FONTE/CRÉDITOS: Jornal O Sul
Comentários: