Vacaria resultou no indiciamento de quatro policiais militares por homicídio qualificado, fraude processual, abuso de autoridade e prevaricação.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da Delegacia de Polícia de Vacaria, REMETEU, nesta sexta-feira, 18 de julho de 2025, AO PODER JUDICIÁRIO da Comarca de Bom Jesus, o INQUÉRITO POLICIAL que apurou as circunstâncias da morte de Geovane Matias Maciel, ocorrida em 04 de março de 2025.
A investigação resultou no indiciamento de quatro policiais militares da Brigada Militar lotados em Bom Jesus.
O crime ocorreu por volta das 14h30min do dia 04 de março de 2025, no acostamento da rodovia BR-285, Km 64, em Bom Jesus/RS. Na ocasião, a vítima foi alvejada por quatro disparos de arma de fogo durante uma abordagem policial.
Inicialmente, os policiais militares apresentaram a ocorrência alegando legítima defesa, afirmando que a vítima os teria atacado com uma faca. Contudo, a investigação tomou um novo rumo após o surgimento de um vídeo, encaminhado ao Ministério Público, que mostrava a vítima já rendida e algemada no momento em que foi atingida por disparos.
Diante dos novos elementos, houve designação para que a nova apuração fosse feita pela Delegacia de Polícia de Vacaria, aprofundando as apurações.
Cumprindo o dever legal de atribuição para apuração dos crimes dolosos contra a vida praticados por policiais militares, a Polícia Civil realizou uma série de diligências cruciais, como a análise de laudos periciais de necropsia e balística, que confirmaram que os projéteis que atingiram a vítima partiram da arma de um dos policiais, oitivas e reinquirições de testemunhas e dos próprios investigados, requisição de perícia do vídeo, etc.
As investigações da Polícia Civil demonstraram que a versão inicial apresentada era inverídica e que os policiais militares envolvidos teriam inovado a cena do crime, fornecendo informações incorretas sobre o local exato da abordagem com o objetivo de obstruir as investigações e se eximir da responsabilidade criminal.
Com base no robusto conjunto probatório arrecadado, o Delegado de Polícia que presidiu o inquérito policial representou pela prisão preventiva de um dos investigados, o policial militar apontado como autor dos disparos, a qual foi deferida pelo Poder Judiciário e prontamente cumprida.
Ao final do inquérito policial, a Polícia Civil concluiu pelo indiciamento dos quatro policiais militares envolvidos:
• Um soldado da Brigada Militar, autor dos disparos, foi INDICIADO pelos crimes de Homicídio Qualificado (mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, que estava algemada), e Fraude Processual (crime previsto na Lei de Abuso de Autoridade). O policial encontra-se preso preventivamente em unidade militar na capital.
• Os outros três policiais militares, um sargento e dois soldados que participavam da abordagem, foram INDICIADOS pelos crimes de Fraude Processual (crime previsto na Lei de Abuso de Autoridade) e Prevaricação.
A remessa do inquérito policial ao Poder Judiciário e ao Ministério Público reforça o compromisso da Polícia Civil com a apuração rigorosa e imparcial de todos os crimes, garantindo que a lei seja aplicada a todos, em mais uma demonstração de seu papel essencial na manutenção do Estado Democrático de Direito.
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