A Cotrijal reuniu, na última semana, cerca de 100 produtores de leite para promover troca de conhecimentos e experiências. Foi a 2ª edição do “Benchmarking em qualidade do leite, cria e recria - Qualidados”, programação desenvolvida pela equipe de Produção Animal da cooperativa. O evento oportunizou a discussão sobre desafios e boas práticas relacionadas ao assunto. 

“Criamos esses momentos para promover a troca de experiências e para que os produtores conheçam a realidade de outras fazendas. Muitas vezes eles ficam concentrados apenas em sua própria rotina, mas quando visualizam outras propriedades que estão evoluindo e obtendo bons resultados, ganham motivação e percebem que existem, sim, soluções para os desafios diários da produção, seja no manejo, nas práticas do dia a dia ou nos detalhes. E para isso, a equipe está presente para orientar e apoiar. Esses eventos fortalecem esse compartilhamento de vivências e nos ajudam a ser mais eficazes no dia a dia, pois com dedicação, atenção aos detalhes e seguindo as orientações, os resultados aparecem”, explica o gerente de Produção Animal da Cotrijal, Alan Issa Rahman, lembrando que na área de qualidade do leite as soluções não são imediatas e necessitam de um trabalho a médio e longo prazo.

O evento contou com a apresentação de pesquisa realizada pela área com 49 fazendas, nos últimos 17 meses. O grupo produz em suas propriedades em média 2 mil litros de leite por dia, totalizando o volume anual de 1,17 milhão de litros de leite por ano. A média de animais é de 54 vacas em lactação, com realização de, pelo menos, seis controles de qualidade do leite.

Resultados e avanços
As informações apresentadas refletem o avanço das fazendas no desempenho das instruções  normativas 76 e 77, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), nos aspectos relacionados aos índices de Contagem de Células Somáticas (CCS) e Contagem Padrão em Placas (CCP). Das 49 fazendas mapeadas, 71% atendem as instruções relacionadas à CCS – no benchmarking realizado em 2023 esse percentual era de 54%, em estudo com 15 propriedades – e 100% estão dentro dos parâmetros de CCP. 

“Essa melhora  é reflexo da conscientização dos produtores sobre o impacto da mastite dentro da fazenda e de que a grande maioria tem aderido rigorosamente às recomendações técnicas orientadas pelo nosso Departamento Veterinário. Isso tem diminuído o padrão das novas infecções e consequentemente os níveis de CCS no rebanho. Aproveitamos para parabenizar os produtores pelos seus resultados, fruto do esforço e dedicação diária. Esperamos ainda mais evolução para 2026”, destacou a líder de Qualidade do Leite da Cotrijal, Thais Endrigo. 

As instruções normativas 76 e 77 estabelecem regras para a produção e qualidade do leite no país, sendo que uma CCS baixa indica que a glândula mamária está saudável e que a vaca está produzindo leite de boa qualidade, enquanto a CCP indica a qualidade microbiológica do leite, em  que altos valores podem indicar problemas de higiene na ordenha, na limpeza dos equipamentos ou ou resfriadores com problemas.

“Esse evento é muito importante para trocarmos ideias, avaliar o trabalho que realizamos e também fazer um comparativo com as práticas de outros produtores. Então, acho interessante para ver o que podemos melhorar e sempre aprender com essa troca. Além disso, o encontro também mostra a valorização e importância que a Cotrijal dá para o nosso trabalho”, reforçou a produtora Elisângela Wentz Wecker, de Victor Graef, destacando ainda a importância do suporte técnico da cooperativa na propriedade.

Eficiência da produção
O evento contou ainda com a palestra do doutor em Produção Animal e gerente de Produtos da  Nutron/Cargill, Hilton Diniz, que abordou o tema “Como maximizar o potencial produtivo das bezerras e novilhas leiteiras?”. O destaque foi a criação de gado jovem, desde a fase de aleitamento, desaleitamento e na fase de novilha, para o desenvolvimento de animais cada vez mais produtivos, que atualmente é o grande objetivo das fazendas. 

Segundo o profissional, “a atividade tem crescido cada vez mais e isso nos coloca num desafio gigantesco: o de sermos cada dia mais eficientes. E para isso, precisamos ter direcionadores. O levantamento de dados em uma fazenda, seja na parte de qualidade de leite, na criação de bezerras, na reprodução, na área financeira, é muito importante para que possamos entender o nosso desempenho e no que precisamos melhorar, bem como, entender as oportunidades para que possamos avançar cada dia mais”. Para além do levantamento de dados, Diniz também destacou a importância da criação de planos de ação a partir das informações para a melhoria contínua das práticas.