O governo Trump foi impedido de vetar o ingresso de estudantes estrangeiros em universidades dos Estados Unidos. A decisão foi emitida pelo juiz Jeffrey White, do Tribunal Distrital Federal de São Francisco. As informações são da CNN Brasil.
White afirmou que os estudantes provavelmente venceriam ao alegar que as ações são “arbitrárias”:
Os réus não sugerem que esses indivíduos representem uma ameaça imediata à segurança nacional. (...) Em contrapartida, os autores demonstraram que os réus provavelmente excederam sua autoridade e agiram de forma arbitrária nessas ações (...).
A proibição
Nesta quinta-feira (22), a administração de Donald Trump retirou da Universidade de Harvard o direito de matricular estudantes estrangeiros, em uma nova escalada nas tensões com a instituição.
"Com efeito imediato, está revogada a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVIS) da Universidade de Harvard", escreveu a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, em uma carta dirigida ao presidente de Harvard, Alan Garber.
Justificativa
A secretária de Segurança Interna acusa a universidade de "promover a violência, o antissemitismo e de se coordenar com o Partido Comunista Chinês em seu campus".
"Harvard teve muitas oportunidades de fazer o que era certo. Recusou-se. Como resultado de seu descumprimento da lei, perdeu sua certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio. Que isso sirva de aviso a todas as universidades e instituições acadêmicas do país", escreveu Noem na rede social X (antigo Twitter).
O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) enviou inicialmente uma carta a Harvard em 16 de abril exigindo que a universidade fornecesse informações sobre as atividades dos estudantes internacionais no campus, incluindo a participação em protestos.
Segundo o jornal The Harvard Crimson, a universidade apresentou parcialmente os registros disciplinares dos estudantes internacionais que haviam sido solicitados por Washington.
Escalada de tensão
O governo Trump iniciou uma ofensiva implacável contra as universidades do país, às quais acusa de permitir o antissemitismo nos campus, em decorrência das manifestações pró-Palestina do ano passado. Também busca acabar com programas de diversidade destinados a combater a marginalização de minorias.
Na semana passada, o governo do republicano anunciou um novo corte de 450 milhões de dólares em subsídios federais, somando-se a outros 2,2 bilhões anunciados anteriormente.
Para as universidades, matricular estudantes estrangeiros e lucrar com seus altos pagamentos de mensalidades para aumentar suas bilionárias doações é um privilégio, não um direito — disse Noem.
Trump descreveu recentemente Harvard como uma "instituição de extrema esquerda e antissemita", um "desastre progressista" e uma "ameaça à democracia".
A universidade processou a administração no mês passado pela tentativa do governo de impor mudanças em seu currículo, suas políticas de admissão e suas práticas de contratação.
FONTE/CRÉDITOS: Gaúcha ZH
Comentários: