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Ligação anônima foi decisiva para interceptar plano de atentado terrorista no show de Lady Gaga no Brasil
DANIEL RAMALHO / AFP

Policial

Ligação anônima foi decisiva para interceptar plano de atentado terrorista no show de Lady Gaga no Brasil

Telefonema ao disque-denúncia revelou trama de grupo criminoso para realizar explosões direcionadas aos fãs da cantora reunidos em Copacabana. Três do

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Uma ligação para o disque-denúncia foi decisiva para que autoridades de segurança pública descobrissem o plano de atentado a bomba no show da cantora Lady Gaga, no Rio de Janeiro. A pessoa, um carioca que ligou para o número 181 da prefeitura da sua cidade, deu detalhes que motivaram investigadores a acreditar que poderia mesmo ocorrer uma tragédia. Entre os nove envolvidos no suposto complô terrorista, estão três gaúchos.
O telefonema foi recebido em 28 de abril, às 9h19min. O aviso era claro: "Um grupo criminoso virtual conhecido como Levast, que atua na plataforma Discord, planeja um atentado no show da cantora Lady Gaga". Explosivos seriam lançados de forma integrada na plateia, sobretudo contra crianças e público LGBTQI+, no bairro de Copacabana.
O denunciante ainda detalhou: "Eles planejam utilizar coquetéis molotov e mochilas explosivas". E finalizou dizendo que "inclusive menores de idade" participariam do atentado. Ele ainda citou apelidos dos frequentadores do chat da deep web (camada clandestina da internet) que alardeavam o ato terrorista.
O show de Lady Gaga reuniu 2,1 milhões de pessoas em Copacabana. O alerta recebido pela Civitas (central de inteligência e monitoramento da prefeitura do Rio de Janeiro) foi repassado à Polícia Federal e à Agência Brasileira de Inteligência, a Abin. Após ser analisado pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) do Ministério da Justiça, o aviso mobilizou 14 organismos de segurança pública espalhados pelo país — em sua maioria, da Polícia Civil. A citação à plataforma Discord e ao nome do grupo foram cruciais para atestar a veracidade da denúncia.
A ação conjunta da PF, Abin e polícias civis ganhou o nome de Operação Fake Monster, em alusão ao apelido dos fãs de Lady Gaga, chamados de little monsters ou monstrinhos. Na ação, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão contra nove alvos nos municípios do Rio de Janeiro, Niterói, Duque de Caxias e Macaé, no Rio; Cotia, São Vicente e Vargem Grande Paulista, em São Paulo; Novo Hamburgo e São Sebastião do Caí, no Rio Grande do Sul; e Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso. O trabalho contou com o apoio de policiais civis destes Estados.
O pior caso seria em Macaé (RJ), onde um homem de 44 anos ameaçava matar uma criança em transmissão ao vivo pela internet. Ele sofreu busca e apreensão e responderá judicialmente por terrorismo e induzimento ao crime.
Mandados cumpridos em Novo Hamburgo e São Sebastião do Caí
Em território gaúcho, os mandados judiciais foram recebidos pela diretora do Gabinete de Assuntos Estratégicos (GIE) da Polícia Civil, delegada Cristiane Pasche. As buscas foram executadas por agentes de delegacias do Vale do Sinos e pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), uma tropa de elite, porque havia possibilidade de detonação de explosivos. Mas nenhum artefato capaz de causar explosões foi localizado nos três locais vistoriados no Rio Grande do Sul.
As vistorias foram realizadas na residência de um homem no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, que acabou preso em flagrante por posse de revólver irregular. Ele chegou a ser solto, mediante pagamento de fiança, mas foi preso preventivamente nesta segunda-feira (5), segundo o Tribunal de Justiça.
O homem responderá por planejar ato terrorista. Conforme as investigações, ele seria um dos instigadores das explosões no show. Já em São Sebastião do Caí foram cumpridos mandados de busca nos bairros Quilombo e Navegantes. Dois jovens tiveram celulares e computadores apreendidos.
As investigações apontam que o grupo Levast atua com recrutamento de jovens mediante discurso de ódio e organiza desafios coletivos. Entre as propostas, estão matar animais, fazer bullying com gays, apologia ao nazismo e ao estupro, atos racistas e até espancamento de moradores de rua. A recompensa prometida é notoriedade e, por vezes, prêmios em dinheiro.
Casos assim já foram rastreados recentemente. Em dezembro de 2021, um adolescente do município de Lindolfo Collor (Vale do Sinos) estrangulou e mutilou um cão, em transmissão ao vivo pela Deep Web.
 
 
 
FONTE/CRÉDITOS: Gaúcha ZH
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