Os cardeais começam a se instalar na residência Santa Marta e em outros edifícios do Vaticano nesta terça-feira (6), onde permanecerão isolados até que o sucessor do Papa Francisco seja eleito. O conclave começará oficialmente na quarta-feira (7).
A identidade do futuro pontífice continua sendo grande mistério para os 1,4 bilhão de católicos e o mundo, depois que o pontificado reformista do jesuíta argentino gerou fervor popular e divisão dentro da Igreja.
A partir das 10h de quarta (horário de Brasília), os sinais telefônicos serão cortados dentro do Vaticano para isolar os cardeais de influências externas, anunciou a Santa Sé.
Até a eleição do Sumo Pontífice, os "príncipes da Igreja" devem permanecer sem telefone, internet ou acesso à mídia, e devem manter sigilo sobre tudo o que acontece durante o conclave.
Na vizinha Praça de São Pedro, milhares de pessoas estarão olhando para a chaminé no telhado da Capela Sistina, esperando para ver a fumaça branca, o primeiro sinal da eleição do 267º pontífice.
A eleição de Bento XVI em 2005 e a de Francisco em 2013 duraram dois dias. Mas alguns agora esperam que seja mais longo, especialmente porque é o conclave mais internacional da história, com cardeais de 70 países.
Sigilo
Um total de 133 cardeais eleitores — com menos de 80 anos — participarão da eleição. A maioria foi elevada a esse posto durante o pontificado do primeiro papa latino-americano.
O grande número deles fez com que a residência Santa Marta, onde eles costumavam ficar desde o conclave de 2005, ficasse pequena demais, e um prédio vizinho, que normalmente abriga autoridades do Vaticano, teve de ser convertido em residência.
Antes de 2005, os cardeais eram alojados em quartos improvisados no Palácio Apostólico, que eram mais desconfortáveis e tinham poucos banheiros, então o Papa João Paulo II decidiu construir a residência Santa Marta.
Esta residência, onde Francisco também decidiu morar, dispõe de quartos com banheiros privativos e serviços de hotel. A distribuição dos quartos aos cardeais era feita por sorteio.
Os cardeais podem acessar seus quartos de terça-feira até a missa de quarta-feira na Basílica de São Pedro, que antecede o conclave. A essa altura, eles já devem ter guardado seus celulares em segurança.
Os funcionários que os apoiarão durante a eleição — médicos, ascensoristas, pessoal da cafeteria e da limpeza — também prestaram juramento na segunda-feira de manter segredo sobre o que acontecer, sob pena de excomunhão.
Nesta terça-feira, os cardeais fizeram sua última reunião preparatória, que realizam quase diariamente desde a morte de Francisco em 21 de abril.
Entre outros tópicos, eles discutiram as finanças do Vaticano, o escândalo de agressão sexual, a unidade da Igreja e o perfil do próximo papa. As discussões devem informar sua reflexão em preparação para a votação final na Capela Sistina.
FONTE/CRÉDITOS: Gaúcha ZH
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