Há 68 anos, a Cotrijal faz parte da vida de produtores e produtoras rurais. Tudo começou na década de 1950, quando o cultivo do trigo ocupava grande parte das terras da região. Um grupo de agricultores se uniu para formar a cooperativa, buscando uma alternativa para as principais necessidades da época: viabilizar a produção, armazenagem e comercialização da cultura.
O objetivo da fundação era claro: fazer parte da Cotrijal possibilitaria mais e melhores benefícios, já que todos seriam representados pela nova instituição. Entre desafios, transformações e grandes resultados, a Cotrijal foi expandindo e hoje é referência para os associados que contam com suporte técnico, acesso a estruturas, novas tecnologias e conhecimentos, além de melhores condições de negociação e comercialização.
A cooperativa celebra 68 anos neste domingo, 14, e, assim como ocorreu ao longo de sua trajetória, o ano de 2025 também tem sido marcado por desafios e oportunidades. O grande destaque do período foi o anúncio oficial, em maio, da intercooperação Soli3, formada por Cotrijal, Cotripal e Cotrisal. Essa central de cooperativas dará origem a uma nova indústria de processamento de soja e produção de biodiesel que será instalada no município de Cruz Alta/RS, com início da operação prevista para o ano de 2028. A partir da iniciativa, a Cotrijal, junto das demais cooperativas, passa a investir não somente na produção, mas também no beneficiamento de soja e agregação de valor à commodity. Com investimento de R$ 1,25 bilhão, a nova planta industrial terá papel estratégico na cadeia produtiva, além de impulsionar a industrialização e fortalecer o desenvolvimento regional.
“Hoje, a Cotrijal está presente em 53 municípios do Rio Grande do Sul, com mais de 17 mil associados. A nossa intenção é seguir crescendo e fidelizando o quadro social nessas regiões onde já atuamos, pois representam espaços estratégicos para que possamos nos aproximar ainda mais dos produtores rurais. Seguimos focados na produção de grãos e de leite, e damos um passo importante também na área da transformação. Já fazemos a industrialização da produção leiteira por meio da Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL), e agora, junto com a Cotripal e a Cotrisal, estamos avançando na industrialização da soja”, destaca o presidente da Cotrijal, Nei César Manica.
Alternativas para os desafios do setor
Por outro lado, o ano de 2025 também tem sido desafiador para os produtores rurais gaúchos, que sofreram com a estiagem na safra no verão. Essa frustração se soma a uma sequência de anos com dificuldades para a agropecuária do Rio Grande do Sul em função de fenômenos climáticos, cenário que tem agravado o endividamento do setor.
“A Cotrijal tem como prioridade estar ao lado do produtor, oferecendo orientação técnica, acesso a crédito e apoio para que ele permaneça desempenhando suas atividades no campo. Atuamos junto dos órgãos federais, estaduais e municipais na busca por ações e medidas que possam minimizar as dificuldades enfrentadas pelo setor, seja em infraestrutura, financiamento e, mais recentemente, na questão central do Rio Grande do Sul, com a necessidade de prorrogação das dívidas dos produtores”, explica Manica, reforçando o empenho da Cotrijal em encontrar alternativas viáveis, inclusive equacionando recursos próprios e articulando com instituições melhores condições para garantir a sustentabilidade do produtor rural.
As dificuldades enfrentadas pelo setor também impactam as cooperativas. Segundo o presidente, devido à quebra de safra, a expectativa para este ano é repetir ou alcançar um faturamento próximo ao registrado no ano anterior, que foi de R$ 4,84 bilhões.
“Todo o trabalho que realizamos está alinhado ao nosso planejamento estratégico, com o compromisso de executar as ações previstas com qualidade. Isso inclui o relacionamento com o quadro social, a realização de eventos e as ações com públicos específicos, como mulheres e jovens. Também seguimos investindo na qualificação dos nossos colaboradores, buscando sempre agregar conhecimento para repassar aos nossos associados. Ao mesmo tempo, temos atuado com cautela na gestão dos custos de produção, despesas e investimentos, justamente para atravessar com equilíbrio esse período de desafios vivido pela agropecuária no Rio Grande do Sul”, destaca o presidente da cooperativa.
Entre os destaques do ano, a cooperativa inaugurou, em março, uma nova unidade de negócios na comunidade de Albardão, em Rio Pardo/RS. O investimento é estratégico, tanto pelo potencial produtivo da região quanto pela demanda dos produtores rurais, que agora contam com mais facilidade na entrega dos grãos. Além disso, em agosto deste ano, a Cotrijal lançou, de forma piloto, o Programa Brotinho, voltado à educação cooperativista de crianças. A iniciativa envolve filhos e netos de associados, buscando despertar desde cedo o interesse pelos princípios e valores do cooperativismo.
Reconhecida mundialmente e consolidada como uma das maiores feiras do agronegócio da América Latina, a Expodireto Cotrijal celebrou 25 edições neste ano e também é destaque. Para Manica, “levar conhecimento ao produtor continua sendo uma das nossas prioridades, e a Expodireto é um importante canal para isso. Nosso foco é utilizar esse espaço para apresentar as inovações mais recentes do setor, com o objetivo de reduzir custos ao produtor e aumentar a produtividade no campo”.
Nova campanha institucional
O modelo de atuação da Cotrijal impulsiona as economias locais e se destaca pelo apoio aos produtores, seja em momentos de êxito ou de desafios. A confiança, o orgulho e a proximidade com os associados é destacada na nova campanha institucional da Cotrijal, em celebração aos seus 68 anos de história.
“Celebrar esta data é mais um momento histórico para a Cotrijal, que certamente enche de orgulho nossos colaboradores, associados, suas famílias e comunidades. O crescimento da cooperativa ao longo dos anos é resultado direto da confiança, do comprometimento e da parceria com nossos produtores, que seguem cada vez mais próximos e unidos à Cotrijal. Nosso trabalho é focado no desenvolvimento de quem vive no campo, para que possamos crescer juntos, de forma sustentável”, reforça o vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder.
A nova campanha chega no mês de setembro nos diversos canais de comunicação com associados e comunidade (programas de rádio, revista, site, blog, redes sociais). O material também reforça o papel da cooperativa em criar condições para que as famílias permaneçam no campo, uma vez que a sucessão rural é considerada parte essencial no futuro das propriedades e, consequentemente, para o desenvolvimento sustentável da cadeia agropecuária.
Comentários: