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Primavera renova paisagens e inspira projetos de flores no Rio Grande do Sul
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Primavera renova paisagens e inspira projetos de flores no Rio Grande do Sul

Primavera renova paisagens e inspira projetos de flores no Rio Grande do Sul

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A chegada da primavera marca um período de renovação da natureza e de transformação das paisagens gaúchas. As temperaturas mais amenas e a maior incidência de luz solar favorecem o crescimento de plantas e flores, enchendo de cores jardins, praças e propriedades rurais. Além de sua beleza, o florescer desta estação desempenha papel importante na preservação da biodiversidade, na atração de polinizadores e na melhoria da qualidade ambiental em áreas urbanas e rurais.

Segundo o Levantamento Expedito da Floricultura realizado pela Emater/RS-Ascar em 2024, o Rio Grande do Sul conta com 554 produtores de flores, com destaque para as regiões de Lajeado (155) e Porto Alegre (135). A assistência da Emater/RS-Ascar alcança diversos municípios, com números expressivos em várias regiões: em Soledade, 34 produtores em dez municípios; em Santa Rosa, 18 produtores em 11 municípios; em Santa Maria, nove produtores em oito municípios; em Porto Alegre, 89 produtores em 23 municípios; em Pelotas, 21 produtores em cinco municípios; em Passo Fundo, cinco produtores em três municípios; e em Lajeado, 82 produtores em 12 municípios. Outras regiões assistidas incluem Ijuí, Frederico Westphalen, Erechim, Caxias do Sul e Bagé, mostrando a diversidade e a amplitude da produção de flores no Estado.

Para Gervásio Paulus, extensionista da Emater/RS-Ascar, “os dados do Levantamento reforçam a importância de organizar e apoiar os produtores, oferecendo capacitação, assistência técnica e acesso a mercados. Cada região tem suas particularidades, e o trabalho da Emater contribui para que a floricultura não seja apenas uma atividade estética, mas uma oportunidade de geração de renda, preservação ambiental e fortalecimento das comunidades rurais”, avalia.

Cada vez mais, produtores vêm se mobilizando para valorizar o cultivo de flores como forma de embelezar os espaços, fortalecer o bem-estar coletivo e até mesmo agregar valor ao turismo local. Iniciativas de educação ambiental, cursos de capacitação e projetos de paisagismo mostram que o cuidado com as flores vai muito além da estética, tornando-se também um caminho para práticas sustentáveis e para o fortalecimento da convivência comunitária.

 

JARDINS DO NORTE GAÚCHO

Na região de Frederico Westphalen, o projeto Jardins do Norte Gaúcho é um exemplo de como a primavera pode inspirar ações coletivas. A iniciativa promove a revitalização de propriedades e espaços públicos, com a criação de jardins que unem beleza, funcionalidade e consciência ambiental.

Presente em 31 municípios, o projeto oferece cursos de 40 horas, que abrangem desde noções de saneamento básico até orientações sobre paisagismo e cultivo de flores. Além disso, promove eventos de grande impacto, como o Fórum Gaúcho de Paisagismo e Turismo Rural, que neste ano reuniu em Ametista do Sul mais de 500 participantes em dois dias de atividades. “Os cursos que oferecemos nos municípios não se limitam ao paisagismo e ao cultivo de flores. Trabalhamos também temas como saneamento básico, manejo de resíduos e conservação do solo, porque entendemos que um jardim bonito precisa estar aliado a práticas sustentáveis e à melhoria da qualidade de vida das famílias rurais,” explica Dulceneia Haas Wommer, assistente técnica regional (ATR) da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen.

Um dos marcos recentes para a região foi a inauguração do Centro de Treinamento Regional de Frederico Westphalen (Cetref), espaço voltado à formação técnica e prática de agricultores, extensionistas e comunidade, em temas ligados ao paisagismo, saneamento e desenvolvimento sustentável.

“O Jardins do Norte Gaúcho mostra como o simples ato de plantar flores pode gerar resultados coletivos expressivos, embelezando ambientes, fortalecendo vínculos sociais e contribuindo para a qualidade de vida”, destaca Dulceneia.

 

FLORES PARA TODOS

Outro exemplo de iniciativa que alia conhecimento técnico e valorização das flores é o projeto Flores para Todos, desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em parceria com a Emater/RS-Ascar. A ação busca democratizar o acesso à produção de flores e plantas ornamentais, oferecendo capacitação e apoio técnico a agricultores familiares e escolas rurais de diferentes regiões do Estado.

Atualmente na 15ª fase, o projeto Flores para Todos já alcançou 462 famílias rurais e 89 escolas do campo de 299 municípios em 21 estados brasileiros e o Distrito Federal, de Norte a Sul do Brasil, em oito anos de atividade. “Estamos atendendo famílias de agricultores que recebem treinamento e profissionalização nas culturas do gladíolo e do girassol de corte, duas das espécies que fazem parte do catálogo do projeto”, comenta Nereu Streck, professor titular da UFSM.

O projeto se destaca por incentivar a diversificação da produção agrícola, ampliando as possibilidades de renda para as famílias, ao mesmo tempo em que fortalece a presença das flores em espaços urbanos e rurais. Através de oficinas, cursos e dias de campo, produtores aprendem técnicas de cultivo, manejo sustentável e estratégias de comercialização, tornando a floricultura uma alternativa concreta de desenvolvimento econômico e social.

Segundo a extensionista e supervisora regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, Monique Chaves, o projeto busca popularizar o cultivo e o consumo de flores no Estado, estimulando a produção local por pequenos agricultores. Ela explica que, hoje, a maior parte das flores de corte consumidas no Rio Grande do Sul vem de São Paulo, o que encarece o produto e reduz o consumo. “Ao incentivar a produção regional, conseguimos ofertar flores a preços mais acessíveis, estimular o consumo e reduzir a dependência de outros estados”, destaca.

Além de contribuir para a geração de renda, o Flores para Todos fortalece a cadeia produtiva da floricultura gaúcha e estimula a criação de jardins e paisagens que valorizam a cultura local, reforçando o vínculo entre ciência, Extensão Rural e Social e comunidades.

 

PROJETOS QUE TRANSFORMAM

Projetos como esses, somados a tantas outras iniciativas espalhadas pelo Estado, evidenciam que a primavera é também uma oportunidade de mobilização social. Mais do que renovar paisagens, o cultivo de flores traz benefícios ambientais, culturais e econômicos, demonstrando que a beleza da estação pode se estender ao longo do ano por meio de cuidados e ações coletivas.

Ivoti, conhecida como a Cidade das Flores do Rio Grande do Sul, é referência na floricultura no RS com o projeto Associação de Floricultores de Ivoti (Aflori), que incentiva e fortalece a produção local e promove a integração entre agricultores, comerciantes e comunidade. O objetivo é valorizar a identidade do município, fomentar o turismo e gerar oportunidades de renda para as famílias, mostrando como as flores podem ser protagonistas, tanto na economia quanto na preservação da cultura regional.

Assim, da região Norte ao Vale dos Sinos, as flores seguem transformando paisagens e histórias, reafirmando a primavera como um convite à renovação e à vida em comunidade.

 

 

FONTE/CRÉDITOS: Emater/RS-Ascar 
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