itular da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) do Rio Grande do Sul, Marjorie Kauffmann participou nessa segunda-feira (22) do encontro “Diálogo de Alto Nível sobre Soluções de Adaptação Climática”, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA). O evento reuniu representantes de diversos países, no âmbito da Assembleia Geral da ONU (23 a 29 de setembro).
A promoção é da equipe de Ação Climática do secretário-geral da ONU (o português António Guterres), em parceria com Brasil, Itália, Palau, África do Sul e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Na pauta, tópicos como a urgência em se avançar em financiamento e implementação de ações para adaptação climática.
Conforme o Relatório de Lacunas de Adaptação 2024, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), os recursos necessários para adaptação são oito a 14 vezes maiores que os fluxos atuais de financiamento público. Embora quase todos os países já possuam planos de adaptação, menos da metade apresenta avanços concretos.
Em sua fala, a secretária gaúcha – que também representou todos os governos subnacionais por meio do Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais (Iclei) – destacou o fato de o Rio Grande do Sul ter enfrentado alguns dos desastres climáticos mais severos de sua história recente:
“As enchentes que marcaram 2023 e 2024 revelaram a urgência de articular reconstrução e adaptação em uma mesma estratégia. Nesse contexto, o Plano Rio Grande surge como um plano robusto de resiliência e reconstrução, alinhado à agenda climática global e conectado ao nosso plano de ação climática, o ProClima 2050, e ao Roadmap Climático, que reúne informações de todos os 497 municípios gaúchos”.
“Proclima2050”
Ainda conforme Marjorie, o endividamento dos produtores rurais gaúchos supera os R$ 70 bilhões, principalmente pela frustação de safras derivada de secas sucessivas, como resultado das mudanças do clima.
“Estamos prontos para sermos um laboratório de instrumentos financeiros inovadores. Temos instituições financeiras parceiras e buscamos ampliar o acesso a mecanismos internacionais, como o Fundo Verde do Clima. Mas é fundamental que estes sejam estruturados para apoiar o novo objetivo global de adaptação que será debatido na Conferência do Clima de Belém [COP30, no Pará, em novembro]”.
Os resultados das discussões serão apresentados no Evento de Alto Nível do secretário-geral da ONU, nesta quarta-feira (24), e integrarão um documento intitulado “Pacote de Adaptação” para a COP30. A expectativa é gerar compromissos concretos que reduzam as lacunas de financiamento e implementação, acelerando a adaptação em escala global.
Programação ampla
Também nessa segunda-feira, a secretária participou da abertura oficial da Semana do Clima de Nova York, um dos mais importantes fóruns globais sobre mudanças climáticas para debater soluções práticas e acelerar compromissos rumo à descarbonização, adaptação e resiliência.
Realizada anualmente em paralelo à Assembleia Geral da ONU, a agenda funciona como espaço estratégico de articulação antes das Conferências do Clima (COP), permitindo que estados, cidadãos e instituições não governamentais apresentem avanços, firmem parcerias e mobilizem recursos para enfrentar a crise climática em escala global.
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